Por que não comprar um apartamento

Escrito por: Fernanda Marinho

Quando fui sair da casa da minha mãe, como a maioria das pessoas, pensei em comprar um apartamento. Pensei, pesquisei e discuti muito com o Roberto até desistir. Por vários e vários motivos.

Primeiro, descobri que os apartamentos estão caríssimos. Pode pesquisar. Os preços subiram um absurdo nos últimos tempos. Apesar de terem diminuído um pouco por causa da crise, os aluguéis também diminuíram, fazendo com que, economicamente, sejam uma melhor opção.

Colocando na ponta do lápis (ou do excel), se eu investir o dinheiro com o qual compraria o apartamento, mesmo que seja na poupança ou no tesouro direto, eu vou ganhar mais dinheiro do que o valor do aluguel, e ainda vou ter todo o dinheiro ali pra quando/se eu precisar.

Segundo, percebi que comprar um apartamento ia me trazer uma dívida enorme e loooonga. E eu odeio ficar devendo. Vai contra o que eu quero pra minha vida, que é simplicidade e liberdade. Imagina aqueles financiamentos de anos… Quero me livrar de amarras, não buscar mais uma.

Sem contar que eu ia ficar morrendo de medo de perder o emprego e não ter como pagar as prestações. Sem contar ainda que meu dinheiro ficaria parado, e eu não poderia usá-lo caso aparecesse uma oportunidade de investimento ou de vida mesmo.

Tem mais motivos ainda…

Eu acho importantíssimo morar perto do trabalho. Hoje eu moro bem pertinho e demoro dez minutos até lá. Mas já trabalhei a 15 km de casa e era péssimo. Perdia preciosas horas (sim… horas… no plural) do meu dia no trânsito. Tempo jogado fora. Se eu moro de aluguel, posso facilmente mudar para um local mais perto do trabalho, caso isso aconteça de novo, mas comprar não. Vai que eu compro um apartamento e mudo de empregou ou o emprego muda de endereço…

Comprar apartamento pode ser uma ótima ideia para muita gente. Cada um tem seu contexto, suas necessidades e vontades, seus recursos e por aí vai. Mas não combina com o que quero para minha vida e com o momento em que estou agora. Então, não comprarei.

comprar apartamento

PS: ia republicar este post de 2012 aqui, mas como continuo achando as mesmas coisas e a vida mudou, achei importante atualizar.

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14 Comentários

  1. Bia disse:

    Gostaria de ter um apartamento próprio, talvez por influencia de minha criação familiar. Mas concordo plenamente … não é financeiramente vantajoso. Só iria comprá-lo se fosse a vista, nem que pra isso fosse comprar só daqui uns 40 anos hehehe…

    Na verdade o que gostaria mesmo é de reduzir meus gastos na velhice. .. porque naturalmente minha renda irá diminuir.. então pra mim, economizar o dinheiro pra um imóvel (comprado a vista daqui mil anos) ou economizar dinheiro pra complementar a aposentadoria da no mesmo …

    Você morava há 15 km de casa e demorava horas ou há 150 km ? Dependendo de onde a pessoa mora o transito é mesmo terrível.

    1. Oi, Bia! Nossa criação realmente tem um peso no nosso imaginário. Ouvimos muito durante todo nosso crescimento o quanto é importante comprar um apartamento.

      Também me preocupo com a velhice e economizo pensando nisso. E não descarto comprar apartamento no futuro. Só por agora é que tenho certeza de que não quero.

      Menina, eram 15km mesmo, acredita? Eu demorava mais ou menos 1h para ir e 1:30h para voltar, porque as duas opções de caminho que eu tinha eram super engarrafadas, e meu horário era de pico. Quando chovia então! Era de duas horas para cima por percurso. Tinha dia que eu ficava no trabalho até mais tarde só para fugir do trânsito. Levava livro pra ler, corria na rua lá perto. Bem difícil…

  2. Nélio Oliveira disse:

    Perfeito seu comentário ao final: “Cada um tem seu contexto, suas necessidades e vontades, seus recursos e por aí vai.”

    Eu comprei um imóvel 100% financiado, a TR + 7,9%a.a., quando a Dilma baixou as taxas “na marra”. O governo me paga 5% ACIMA disso com risco soberano, então nem tem o que discutir.

    Não usei dinheiro meu na aquisição (fora impostos, taxas e reforma), logo ele não “está parado”.

    Se o ciclo de queda da Selic continuar, e agora com a elevação do valor dos imóveis do MCMV, combinado com a crise no setor imobiliário, PODE SER que adquirir um imóvel volte a ser uma decisão racional.

    1. Sim sim, Nélio. Com certeza! Eu ainda penso em comprar um imóvel no futuro, se as condições melhorarem. Você encontrou uma ótima oportunidade, que foi muito vantajosa para você. Está certíssimo! 🙂

  3. Natalia Vaz disse:

    Um plano certo na minha vida e na do meu marido era de comprar uma casa, e o fizemos esse ano. Sem conhecer muito sobre investimentos, aproveitamos os juros de 1% fixo a.a. aqui na França nesse momento para o financiamento de imoveis, e agora estamos estudando onde podemos investir uma parte do nosso salario para conciliar reembolso do empréstimo e investimento. Escolhemos uma casa simples e não muito cara, apertamos onde deu para não pagar muitos juros para o banco e conseguimos financiar por 15 anos (a maioria das pessoas aqui financia em 20 e até 25). Temos a possibilidade de adiantar as parcelas, mas o nosso gerente não recomenda ja que tem investimentos com um risco relativamente baixo remunerando a mais de 3%. Poderiamos ter apenas investido em vez de comprar a casa, mas não tinhamos capital liquido e o financiamento era a nossa unica opção. Além disso, não sabemos até quando os juros para compra de imoveis ficara tão baixo. 🙂

    1. Oi, Natalia! Que juros ótimos! Realmente seu gerente tem razão. Desde que vocês se comprometam a guardar um pouco para não ficarem à mercê de imprevistos no futuro… Mas, se vocês estão investindo, parece que estão escolhendo um ótimo caminho. Bom demais 🙂

  4. Maria disse:

    Oi Fernanda. Não entendo nada de investimento. Mas esse seu pensamento de morar de aluguel, para poder ter mobilidade de acordo com a necessidade, é ótimo! Eu diria um sonho. Até viajei aqui, imagina poder acordar de tempo em tempo com uma nova paisagem?! Bj. Maria

    1. Ei, Maria! Pois é… Liberdade e mobilidade são tão importantes para mim! Adorei sua viagem. Faz muito sentido 🙂
      Beijo!

  5. Anne Carvalho disse:

    Eu entendo completamente que financeiramente é mais vantajoso aplicar o dinheiro de diferentes formas, mas, como já dito, também sinto mais segurança tendo um imóvel (questão de criação, acho)… Sei lá, o dinheiro aplicado parece algo irreal, enquanto o apartamento está lá, é algo concreto…

    Eu comprei um apartamento (financiado) quando o aluguel de onde eu estava morando se tornou impraticável! Não sei se minha lógica foi a mais correta, mas na época o valor que eu pagava de juros e taxas pro banco (em cada parcela do financiamento) era mais baixo do que o aluguel que eu deixei de pagar (porque financiei e já me mudei pro apto). Então na minha cabeça estava “jogando menos dinheiro fora”… rsrsrs
    Fora que é bom ter algo seu, porque você pode modificar da sua maneira. Mandei fazer armários, reformei a cozinha, deixei ele do meu jeitinho… Algo que num imóvel alugado eu não faria.
    Hoje ele já está quitado, mas infelizmente eu tive que me mudar de cidade por causa do meu trabalho, e não estou mais morando nele… Deu dó colocar ele pra alugar, depois de tudo feito, mas eu não teria condições financeiras de ficar arcando com o valor do condomínio dele, caso estivesse fechado (é um prédio pequeno, condomínio caro), e o que recebo de aluguel é uma grande ajuda pro meu orçamento mensal…

    1. Anne Carvalho disse:

      Mas é altamente provável que eu volte a morar na cidade do meu imóvel (Rio de Janeiro) novamente, mais cedo ou mais tarde. Por isso mesmo que escolhi comprar o imóvel nessa cidade. E aí quando isso acontecer, em vez de alugar, volto a morar nele. 🙂

    2. Ei, Anne! Eu tinha essa ideia de que apartamento é algo mais concreto do que dinheiro também. Mas, no final das contas, o apartamento ser seu é garantido só por um papel também. Tenho cada vez mais percebido que segurança é uma ilusão. E isso me libertou um pouco. Hehe…

      Mas claro que comprar um apartamento tem suas vantagens. Para mim, é melhor não comprar. Mas não discordo dos seus motivos e nem acho, de verdade, que seria melhor pra você morar de aluguel. Ainda mais considerando o valor não-financeiro. Se para você é importante ter seu apartamento, dê valor a isso! A gente tem que fazer o que é melhor pra gente. E não existe algo que seja melhor pra todo mundo.

      E alugar para os outros é um bom investimento, principalmente em uma cidade cara como o Rio de Janeiro. Esse dinheiro deve estar te ajudando bem. 🙂

  6. Andreia disse:

    Puxa, concordo em gênero, número é grau, rs
    Nossa sociedade ainda é muito apegada ao “material”, a posse das coisas, e a unanimidade de pensamento de que é melhor comprar um apto sem ter dinheiro e entrar numa divida de anos para ter algo “seu” é melhor que jogar dinheiro fora com um aluguel só reflete isso…
    Eu também alugo um apto perto do trabalho em SP e demoro 30 minutos a pé (acho que 10 de carro) para ir e voltar todo dia. Qualidade de vida (e flexibilidade) às vezes não tem preço. Especialmente para quem mora em cidades grandes como as nossas e perde horas no transito, como vc bem pontuou.
    Engraçado, mas eu sinto muito mais segurança em ter esse $$$ investido para usar se precisar do que em um apto (com baixa liquidez,em caso de necessidade).
    Bom, cada um é cada um, mas é bom ver que algumas pessoas já estão abrindo a mente para novas possibilidades.

    Bjs!

    1. Oi, Andreia! Tem toda razão. Não tinha pensado por esse lado do apelo de possuir algo, mas faz todo sentido. Eu também prefiro muito mais a flexibilidade e a qualidade de vida. E também acho muito mais seguro ter o dinheiro guardado do que ter um apartamento. Também tento não julgar os outros, mas fico feliz em ver que tem pessoas que pensam da mesma maneira que eu 🙂
      Beijo!

  7. Thiago disse:

    Não confunda comprar com financiar. Um imóvel financiado não foi comprado pelo morador. Foi comprado pelo banco. Só existe uma forma de comprar: através de dinheiro à vista e permuta. Jamais um financiamento será uma compra. As pessoas esquecem disso porque mais de 95% da população nem sonha em poder comprar de verdade (não financiar)

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