O Poder do Hábito (Parte 2): Como criei o loop do desapego

Escrito por: Fernanda Marinho

Como contei no no outro post sobre o livro “O Poder do Hábito”, o loop do hábito é formado por uma deixa, que dispara uma rotina, que leva a uma recompensa. A repetição contínua dessas três etapas por um certo período de tempo é o que leva ao hábito.

Fiquei lembrando então de quando comecei no minimalismo, lá em 2012, e como fui criando o hábito de desapego.

Como funcionava: eu tinha o compromisso (que ainda quero voltar a ter) de postar no blog pelo menos uma vez por semana. Então, sempre que o dia de postar estava chegando (a deixa), lá ia eu escolher um conjunto das minhas coisas, colocar tudo na cama, e escolher o que eu podia doar ou jogar fora, e o que ficava (a rotina). Ao final, eu tinha um post pronto e publicado, uma gaveta arrumadinha, e um conjunto de tralhas para jogar fora (a recompensa).

A recompensa e a ânsia

embalagens vazias

Eu me sentia tão bem depois que passava por essa rotina que o hábito foi se firmando. Fui passando área por área dos meus objetos, e depois até de hábitos e pensamentos.

E por mais que, depois de um tempo, eu tenha parado de fazer posts desse tipo porque foram ficando repetitivos, eu continuei com o hábito de periodicamente olhar para as minhas coisas e desapegar de algumas.

Eu até já me peguei questionando se estava certo eu sentir esse prazer todo ao terminar um pote de hidratante, doar uma roupa ou jogar uma pilha de papel no lixo. Parece que sinto um peso saindo de mim. Mas agora percebi que essa sensação é a recompensa por um hábito bem criado e consolidado. Que me mostra que eu continuo com um hábito que acho importante e positivo.

Segundo o livro, o que torna uma rotina um hábito é justamente quando começamos a sentir a ânsia pela recompensa. Quando chegamos nesse estágio, ao percebemos a deixa, já sentimos o forte desejo pela recompensa e já fazemos o que nosso cérebro nos ensinou que é necessário para chegarmos a ela.

O loop do desapego

Apesar de o meu loop do desapego ter ficado enfraquecido, principalmente por eu ter perdido a deixa de postar semanalmente, eu mantive o desejo pela recompensa. E com ele alguns comportamentos de não acumular e de estar sendo buscando oportunidades de desapegar. Mas não é a mesma coisa…

Então, agora que percebi que ainda tenho uns desafios fortes a vencer, vou buscar criar todo o loop do desapego novamente. Vou voltar a fotografar e compartilhar aqui.

desapego

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4 Comentários

  1. Thais disse:

    Oi, Fernanda! Eu sinto que depois de um tempo de minimalismo a prática do desapego diminui de “volume” pq, como a prática de não acumular vai se consolidando, acaba diminuindo mto a quantidade de coisas que a gente tem pra destralhar. Fora q normalmente a gente já vai se livrando das coisas no dia a dia, e não vê mais aquelas caixas e caixas que a gente vê no começo.

    Mesmo assim, se esforçando pra não juntar, a gente acaba juntando uma tralhinha, né? Faz 9 meses q eu tô no apto novo e tá na hora de dar uma geral…

    (Obs.: Vi uma entrevista sua numa matéria da Uol. Adorei!)

    1. Ei, Thais! É por aí mesmo. A gente diminui as tralhas… Com certeza eu não chego nem perto de ter o tanto de coisa inútil que eu já tive. Mas a gente junta uma ou outra mesmo. Hehe… Eu vou voltar a fazer essas análises, mas eu curto ir aos poucos. Cada vez uma gaveta ou um tipo de objeto. Porque, se eu tento dar uma geral de uma vez só, eu canso no meio do processo e começo a fazer meio avacalhando, só para terminar logo. Hehe… Você viu a matéria? Achei bem legal. A menina que me entrevistou foi uma fofa e o texto final ficou bem alinhado com muita coisa que eu penso. Ah… Obrigadinha pela companhia no minimalismo há tantos anos <3

  2. Renata disse:

    Olá, Fernanda! Esse prazer que vc sente eu percebi recentemente qdo comecei a destralhar “verdadeiramente” minhas coisas. O destralhe segue um loop mesmo… no meu caso, conforme eu fui me acostumando a desapegar, eu comecei a querer desapegar cada vez mais e com mais prazer. E tb comecei a achar isso estranho hahaha. Começou a ficar mais forte o desejo de estar “mais leve”, de ter menos coisas pra lidar, de revisitar objetos que já passaram pelo destralhe e pensar “dá para destralhar mais ainda?” e ai vc tirar mais coisas. Isso é louco! Acho que nosso olhar, por causa da recompensa, vai se tornando mais clínico, mais realista e principalmente, mais honesto. De vc olhar com toda sinceridade e dizer “ok, gosto de tal coisa, mas realmente não vou/quero usar/ter isso”. Tenho achado isso maravilhoso e fico muito feliz por não ser a única que se sente assim =)

    1. É muito louco isso mesmo! Que bom saber que não estou sozinha! Hehe… Também tenho achado maravilhoso. E acho que é realmente o que você falou: a gente sente a recompensa, vai se conhecendo melhor, sendo mais sincera consigo mesma, e aí vai desapegando cada vez mais. E assim continuamos 🙂

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