Como saber quando realmente precisamos consumir?

Escrito por: Fernanda Marinho

Um dos princípios básicos do minimalismo como estilo de vida é questionar o consumo. Mas, como não conseguimos produzir tudo que precisamos, diminuímos mas continuamos consumindo.

E nem falo apenas daqueles itens chamados de primeira necessidade – como comida, produtos de limpeza e de higiene (e mesmo quem faz os seus, geralmente tem que comprar os ingredientes). A gente ainda tem que comprar outras coisas, vez ou outra.

Mas a propaganda é tanta, tentando empurrar todo tipo de necessidade para cima da gente, que é difícil saber avaliar quando realmente precisamos comprar algo. Eu tendo a ir para o extremo de não consumir coisas que estou precisando e podiam facilitar minha vida. E outras vezes confundo e acabo comprando algo que acho que preciso, mas depois percebo que não.

Não tem resposta fácil e nem fórmula mágica. Mas há perguntas que podem ajudar.

O que eu já tenho?

O minimalismo já ajuda muito quando passamos a ter menos coisas e a nos conhecer melhor. Porque sem esses dois elementos fica ainda mais difícil entender o que queremos e o que precisamos. Acabamos sendo mais levados pelos estímulos externos, principalmente vindos da publicidade e das opiniões de pessoas conhecidas (muitas vezes mais perdidas e levadas do que a gente).

Às vezes, a gente acaba comprando algo que até já tinha, mas não lembrava. O caso da cola sempre me vem à cabeça quando penso nisso.

Acontece ainda de comprarmos algo sendo que outra objeto que já temos poderia suprir aquela necessidade. E às vezes achamos que precisamos de alguma coisa, mas nem precisamos. Aliás, acho mais fácil perceber as necessidades partindo da falta. A gente dificilmente vai saber se precisamos realmente de algo se não experimentarmos viver sem ele. Nesse sentido, acabei percebendo que não precisava de TV a cabo e nem de fazer a unha, mas que um micro-ondas faz toda a diferença na minha vida.

Por que eu quero consumir?

Nesses momentos de indecisão, percebi que é fundamental ser sincera comigo mesma. Porque muitas vezes a gente sente primeiro uma vontade de consumir algo, e só depois racionaliza esse impulso. E, nessa de pensar nos nossos motivos, muitas vezes elegemos como verdadeiros aqueles que nos deixam mais tranquilos com as nossas consciências. A gente se justifica para nós mesmos.

Eu realmente preciso trocar de celular porque o atual me dá mais trabalho do que me ajuda? Ou estou querendo a aprovação dos meus amigos que me zoam porque o meu é antigo? Realmente preciso de mais um sapato? Ou estou querendo comprar porque vi a propaganda e quero me sentir como aquela pessoa que está ali parece se sentir?

Nada errado com qualquer um dos motivos. Se para você é importante não ser zoado pelos amigos, vá em frente. Mas assuma que é esse o motivo e tome a decisão consciente. Podemos até não contar todos os nossos motivos para os outros, mas é fundamental ser sinceros com a gente mesmo.

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10 Comentários

  1. Esk disse:

    Nuss, aconteceu um “caso da cola” aqui esses dias. Minha mãe pegou minha cola, não guardou no lugar e dias depois precisou da cola… não achava de jeito nenhum e já queria comprar outra. Teimei que não, já que aquela cola estava novinha, e continuei caçando. Por fim, achei a bendita. Minha mãe já ia gastar com outra cola sendo que ia acabar achando essa, aff…

    Esse negócio dela não guardar as coisas, deixar bagunça e depois não encontrar nada me aborrece muito… :/

    1. E aconteceu justamente com uma cola também?!? Hehehe… Coincidência! Pois é… Quando a gente não sabe o que tem, não sabemos também o que não temos. Aí compramos coisa à toa… Dureza…

      1. Esk disse:

        Pois é, uma cola também xD O pior é que ela sabia que tinha cola, afinal ela tirou a bendita do lugar alguns dias antes. Ela estava era sem paciência de procurar a cola pela casa toda, por isso já ia comprar outra, aff… :/

  2. Thais disse:

    Oi, Fernanda! Eu tendo a associar minimalismo com uma vida mais fácil. Então eu não me privo de comprar nada que eu acredite que vai facilitar alguma coisa na minha vida. Porém, às vezes eu percebo que acabei comprando alguma coisa “errada”, e fico bem chateada com isso. Por exemplo: eu tinha um sapato alto de uma marca ortopédica que eu usava em todas as festas chiques q eu ia há uns 4 anos. Com o tempo, ainda q por fora ele continuasse bonito, ele foi perdendo o “fator ortopédico” e começou a machucar meu pé. Era a hora certa de comprar outro. Porém, não achei bonitos nenhum dos modelos q encontrei da mesma marca. Resolvi testar outra marca confortável, q tinha um modelo mais bonito. Gastei uma nota (pras minhas condições). Deu super errado: o sapato machucou meu pé mais do que o antigo gasto. Valia mais a pena eu ter comprado um sapato não tão bonito, mas da marca que eu conhecia e que me serviu perfeitamente por anos. É um exercício constante de raciocínio e experimentação, como tudo no minimalismo.

    1. Também faço essa associação, Thais! Mas é engraçado como, mesmo comprando com cuidado, vez ou outra a gente ainda erra! Não é? É isso mesmo que você falou: experimentação. Assim, vamos aprendendo com o tempo. Mas tem vezes que não tem jeito… Como você ia saber que o sapato novo ia machucar o seu pé? Nesse caso, foi azar mesmo. Sinto muito!

  3. Anne Carvalho disse:

    Nossa, esse fato da cola me lembra muito meu pai… Na casa dele seve ter uns 20 alicates de unha, sem exagero… Sempre que ele quer cortar as unhas, não consegue achar um bendito alicate, vai na farmácia e compra outro… e depois que corta, enfia novamente em qualquer lugar, e perde novamente…
    De vez em quando abrimos uma gaveta ou uma porta de armário, e está lá totalmente fora de contexto um alicate de unha (tipo gaveta de material de papelaria, gaveta onde ele guarda cuecas, etc…)

    1. Hahahaha… Imagino a cena…

  4. Anne Carvalho disse:

    Sobre consumo desnecessário… Passei recentemente por uma situação de cortar um consumo, e ainda estou feliz por isso… rsrsrs
    Fui na casa de uma amiga e vi um quadro grande metálico, no formato do mapa mundi. Ela tem uma coleção de ímãs de geladeira de lugares pra onde ela viajou, e coloca nesse mural. Realmente fica bem bonito, e é uma ideia original. Resolvi copiar! Falei com meu marido, e ele adorou a idéia. Compramos os dois primeiros ímãs em duas viagens que fomos esse ano, mas na terceira viagem já comecei a me aborrecer: Tivemos que tirar uma tarde pra irmos em lojinhas de lembrancinhas procurar ímãs. Os que ele gostava, eu não gostava, e os que eu gostava ele tb não achava bonitos… Depois de um tempão e várias lojinhas visitadas “à procura do ímã perfeito”, refleti e decidi abortar nossa coleção. Diferente dessa amiga, eu e marido somos militares, e nos mudando com frequência de endereço… Seria uma tralha a mais pra embalar e me preocupar na mudança esse bendito mural com um monte de ímãs… Além disso, na casa dessa amiga o mural ficava no escritório, mas eu e marido não necessariamente vamos ter um quarto pra chamar de escritório em todos os lugares em que formos morar, e seria um problema decidir onde pendurar esse quadro (no quarto? na sala? no banheiro? não acho que ficaria legal em nenhum outro ambiente senão um escritório…). Ainda tem a questão de gastar tempo e dinheiro a cada viagem pra comprarmos o ímã, depois o tempo gasto pra tirar poeira, etc, etc…
    Ele ficou meio chateado, porque já estava empolgado com a idéia, mas acabou concordando em parar a nossa coleção em somente 2 ímãs. Nem o mural tínhamos comprado ainda. E eu fiquei muito feliz (quase aliviada) com a coleção que deixei de ter. 😀

    1. Olá, Anne! Lembro mesmo de você ter falado sobre ser militar. E realmente ficar se preocupando com comprar ímãs durante viagens deve consumir um tempo precioso seu, que poderia estar sendo muito melhor aproveitado, não é? E, além de tudo, vocês ainda teriam que ficar carregando o mural a cada viagem. Imagina? Sei bem como é essa sensação de alívio… E muito obrigada por compartilhar esse caso (e o do seu pai). Sempre que escrevo um post novo, fico ansiosa para ler seu comentário 🙂

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