Faxineira: já tive, não tenho e por que não vou ter mais

Escrito por: Fernanda Marinho

Ter uma faxineira é algo tão comum no meu meio que nunca parei para questionar. Assim que aluguei meu primeiro apartamento, já contratei uma para fazer uma limpeza geral nele, antes mesmo da mudança. Depois, combinei idas quinzenais com ela.

Mas então o minimalismo entrou na minha vida, assim como o feminismo e outros conhecimentos que foram me fazendo repensar tudo aquilo que eu dava como natural. E tanto o fato de que eu não cuidava da minha própria sujeira quanto o de que eu pagava pouco para outra mulher fazer isso por mim começaram a me incomodar. Eu e meu marido resolvemos então assumir nós mesmos essa responsabilidade.

Para conseguirmos chegar em um modelo que nos deixasse confortáveis e satisfeitos, fomos adaptando o apartamento, assim como nossos hábitos e nossas expectativas.

Ajustando expectativas

Sim! Parece bobagem, mas a gente tem que trabalhar as expectativas. Porque conseguimos cuidar das tarefas da casa, mas não sou dessas que varre chão todo dia e não passo quase nada. Já vi gente que passa roupa calcinha, cueca, meia, pano de prato, toalha e roupa de cama. Jamais! A vida é muito curta para isso.

Além disso, as estantes juntam umas poeiras, o fogão não está sempre brilhando, as janelas não estão sempre transparentes e vez ou outra tem uns cabelos pelo chão.  A casa não está todo santo dia reluzindo e perfumada, como cenário de novela, mas está sempre organizadinha e nunca emporcalhada.
faxina

Facilitando as tarefas

Para que não fique uma tarefa cansativa e trabalhosa também, montamos uma casa que é bem tranquila de limpar. A faxineira já me falava isso e o minimalismo já me levava para esse caminho. Como falei aqui, a melhor maneira de ter a casa organizada é ter poucas coisas.

Além disso, faz muita diferença ter cuidado para não sujar desnecessariamente. Casa limpa é também a que pouco se suja.

Criando e mantendo hábitos

Por fim, fomos criando os hábitos aos poucos. E, como todo hábito, esses se firmaram porque fomos sentindo as vantagens dessa decisão no dia a dia.

O apartamento está sempre em um estado de limpeza e conservação que não é perfeito, mas me agrada e me deixa orgulhosa. Além disso, eu conheço cada cantinho dele como a palma da minha mão. Tenho muito mais consciência do papel de cada objeto, móvel e eletrodoméstico que tenho. Sei o que faz diferença e o que não está funcionando muito bem. Assim, a casa fica cada vez mais do jeito que eu quero. E tenho cada vez menos tralha inútil escondidas nos cantos.

Tem ainda o lado financeiro. Pagar um valor justo a uma diarista ou faxineira, que tenha carteira assinada e seus direitos assegurados, fica pesado no meu orçamento.

Também aprendi a me virar bem. Independência e autonomia são duas coisas lindas. A cada ano que passa sinto mais ainda a importância de cuidar das minhas coisas.

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19 Comentários

  1. Vanessa disse:

    Oi Fernanda! Qual é a sua rotina de limpeza? Tenho ainda um pouco de dificuldades com isso. Tento dar prioridade aos estudos, por isso só faço uma vez por semana… Tento desapegar. rsrsrs

    1. Ei, Vanessa! Desapegar um pouco para não virar a louca da limpeza é importante. Hehe… Minha rotina da limpeza foi sendo montada aos poucos. Eu e o marido dividimos o que cada um faz e combinamos a periodicidade. Eu ia escrever tudo aqui, mas é muita coisa. Vou escrever um post sobre o assunto. Pode ser? Obrigada pela ideia 🙂

      1. Vanessa disse:

        Oi Fernanda, escreve sim!!!! Sempre fico com dúvidas quanto a estes assuntos… 😀

  2. Sergio Marcos Oliveira disse:

    Fernanda, bom dia! Interessante sua reflexão (como sempre…). E mais interessante aqui é que tenho visto sempre suas colocações repletas de consideração e respeito por opiniões (e necessidades) diferentes. Mina esposa e eu temos um empregada registrada há anos, que consome um valor alto (salário + encargos sociais) e realmente pagamos menos do que seria necessário e que gostaríamos, mas o que está a nosso alcance e dentro da legalidade. E o que é interessante (para uma casa bagunçada com três filhos) é que nos ajuda muito – pois nos dois trabalhamos fora – embora deixa os meninos mais relaxados com a bagunça e a desordem, pois tem sempre alguém arrumando as coisas. E também, é claro, o fato de criarmos uma oportunidade de trabalho para alguém nos dá uma certa satisfação – porque sabemos da importância para a pessoa que trabalha para nós…
    É isso: cada necessidade e configuração de família pede algo diferente. Um abraço!

    1. Ei, Sergio! Acho fundamental a consciência de que as pessoas são diferentes, e que têm necessidades, desejos, valores, condições e circunstâncias diferentes. Às vezes a mesma pessoa pode mudar, inclusive. Eu já odiei café e hoje não vivo sem. Já tive fases em que adorava balada, e hoje adoro ficar em casa. Normal. E, realmente, no seu caso, fica muito mais complicado assumir a faxina da casa. Imagina! Três filhos e o casal trabalhando fora! É até mais importante ter o tempo livre pra vocês curtirem os filhos, não é? (E pode realmente ser importante conscientizar os filhotes sobre a importância de guardarem suas coisas, não fazerem bagunça…) Além disso, já que vocês valorizam e registram a empregada de vocês, a relação fica justa. Obrigada por mais um comentário! Abraço!

      1. Sergio Marcos Oliveira disse:

        Um abração… continue postando – suas reflexões agregam muito para nós!

  3. Cris disse:

    Adorei o texto. Sou recém casada e ao pesquisar sobre faxina me deparei com muitas atividades que não fazia quando era solteira.
    Fiquei imaginando a real necessidade e o quanto tempo se perde. Parece que a perfeição está na faxina tb. E é justamente o que quero fugir.
    Aprendi com a munha mãe a não secar a louca e guardar depois. A bancada nunca está vazia. Mas isso não é sujeira. É questão de gosto pessoal… enfim poSta a sua rotina quando puder. Será muito útil. Pois o que mais se tem a aquela rotina beirando a perfeição que é muito difícil e cansativo de seguir

    1. Pois é, Cris. Quando eu morava com a minha mãe, achava que eu fazia todas as tarefas da casa, porque eu ajudava bastante. Mas, quando saí de lá, fui percebendo como tinham vários detalhezinhos e responsabilidades que eu não percebia. Mas realmente é importante não tentarmos a perfeição, ou ficamos escravos e paranoicos. Vou postar minha rotina sim. Pode deixar. Já estou escrevendo o post 😉

  4. Anne Carvalho disse:

    Nossa, eu admiro de verdade quem consegue não ter faxineira. Antes do meu primeiro casamento eu também não tinha. Morava sozinha em um apartamento pequeno, que eu mantinha sempre vazio, organizado e limpo, de maneira bem prática.
    Depois que casei com meu primeiro marido (hoje ex), contratar uma faxineira se tornou indispensável para a continuidade do casamento. Não que ele fosse extremamente sujo ou desorganizado não… Até que ele era bem limpinho. Mas ele se recusava a fazer qualquer tipo de atividade doméstica. E eu me recusava a fazer as atividades domésticas sozinha, sendo que tinha outro adulto morando na casa. E assim, para dar uma sobrevida ao casamento (que nesse ponto já mostrava seus primeiros sinais de ruína), resolvemos contratar uma faxineira.
    Depois arranjamos uma cachorra, depois outra pra fazer cia pra primeira, depois nos separamos, e eu acho que fiquei muito mal acostumada e preguiçosa (além das cachorras fazerem uma sujeira incrível na casa). O fato é que hoje não consigo mais me imaginar sem faxineira. Não sei se é só pela bagunça das cachorras, ou se eu realmente desaprendi como manter a casa limpa… Mas parece que tem sempre tanta coisa a ser feita, que eu nunca daria conta de colocar tudo em dia sem ajuda de uma profissional.
    Meu atual marido não é encostado como o primeiro não: ele divide comigo as tarefas domésticas (e não só “me ajuda”), mas mesmo assim parece que é sempre um ciclo interminável…
    Atualmente estamos com uma faxineira que vem a cada 15 dias, mas eu estou na “fila de espera” dela, pra quando vagar um dia, ela passar a vir semanalmente na minha casa. Ainda mais agora, que além das cachorras vou ter um bebê (que vai nascer a qualquer momento! :O ), realmente não sei se eu teria condições de dispensar os serviços dela…

    Eu tento me conformar pensando que estou gerando emprego pra ela. Acredito que pagamos um preço justo pelos serviços prestados. Mas eu me sentiria muito mais confortável (por todos os aspectos que vc citou) sabendo que eu sou a responsável por limpar minha própria sujeira…

    1. Ei, Anne! Tudo depende da situação e das circunstâncias. Então não se culpe. Pode ser que você não consiga agora, mas que seja possível no futuro. Ou pode ser que a faxineira seja a melhor opção para você mesmo. Eu confesso que limpeza não é fácil e tem esse componente de parecer interminável, porque suja de novo muito rápido. Eu consegui, mas levando muito a sério as questões que eu indiquei: facilitando as tarefas por ter uma casa fácil de limpar, dividindo e definindo frequência com o marido e diminuindo bem minhas expectativas. Para mim, neste momento da vida, valeu muito a pena. Não só pela economia, mas também por ser algo alinhado aos meus valores. Mas a vida é assim… Nem tudo a gente consegue na hora. Eu já venci duas coisas que achava dificílimo: parar de fazer unha e de ter faxineira. Mas até hoje ainda não consegui abrir mão do carro. Mas vamos que vamos. Hehe… Cada coisa no seu tempo 🙂

  5. Adriana disse:

    Independente de ter ou não uma faxineira ou empregada doméstica, acho importante todos os moradores da casa possuírem algumas atividades, seja para manter o ambiente mais agradável ou mesmo para valorizar o trabalho da profissional.

    Em casa já tivemos empregada doméstica que era como uma irmã mais velha, parecia da família. Ficou mais de 20 anos conosco. Quando mudamos para capital, uma prima tinha ido antes e a faxineira dela passou a trabalhar para nós, também mais de 15 anos nisso, indo pouco dessa vez, pra nós uma vez ao mês, tinha mês até que não ia, mas sempre quando ia o serviço era mais agradável do que o que nós fazíamos, sem contar que também parecia ser da família, por estar tanto tempo conosco e mais ainda com a nossa prima, pra ela mais de 30. Então isso apesar de bom, dificulta quando precisa ver uma pessoa nova para fazer o serviço, hoje não temos, nos viramos, o fato de ser cidade diferente também atrapalha um pouco para ter todo aquela ambientação com uma outra pessoa em casa. Mas se fosse com as mesmas, teria de volta de olhos fechados, mas para o novo eu tenho bloqueio nesse ponto e fazemos nós mesmos e está assim há alguns anos. Hoje tem alguns serviços que tu chama uma empresa e fazem a limpeza em poucas horas também, talvez um dia de caos eu teste rs

    1. Concordo totalmente, Adriana! Cada um ter sua responsabilidade na casa é fundamental!
      Também já tive empregada doméstica vivendo com a gente, quando eu era criança. E o legal é que ela passou a ser funcionária da empresa do meu pai depois que parou se trabalhar lá em casa, se especializou em alimentos e hoje tem uma carreira super legal. Depois, quando fui morar sozinha, a faxineira que ia lá em casa também ia na da minha mãe há anos, e eu tinha muita confiança nela, além de carinho e um bom relacionamento. Mas, mesmo assim, me incomodava. E o engraçado é que, quando fui colocando os hábitos de cuidado com a casa no dia a dia, eles viraram parte da minha vida, sabe? Imagino que tenha acontecido o mesmo com você. Talvez em algum momento de caos eu também precisa contratar um serviço desses. Hehe… Quem sabe, né? Mas tomara que eu consiga continuar dando conta 🙂

  6. Lorena disse:

    Adorei o post!!! Aqui em casa, eu e o marido tb procuramos ter uma rotina de limpeza que não nos tome muito tempo, tentamos não acumular objetos desnecessários e com frequência fazemos uma limpa no armário e doamos. Achamos que não vai ter nada pra doar, mas sempre aparece algo. Isso ajuda muito na hora de limpar a casa.

    1. Impressionante como sempre aparece alguma coisa para doar mesmo! Hahahaha… Também sempre acho que não vai ter mais, e tem. E realmente ajuda demais a limpar e manter a casa, dando para criar uma rotina que não tome muito tempo. Concordo demais, Lorena! 🙂

  7. Thais disse:

    Tem coisas que eu não entendo pq as pessoas fazem. Tipo limpar as janelas por fora ou esfregar as peças do fogão até ficarem como novas. Tem coisa que não é sujeira: é sinal de uso. Eu gostaria que a minha casa fosse mais limpa do que é, mas mesmo assim as minhas expectativas com relação a faxina são bem baixas.

    1. Hahahaha… Não é? Também não faz nenhum sentido pra mim. Minhas expectativas variam inclusive de acordo com as prioridades do momento.

  8. Angela Dario disse:

    Eu deixo R$180 no balcao vl faxina numa kit sampa, 36m2, modernizada. Depois de mto pagar sem resultado e ainda me aborrecendo. Eu faço1xporsemana, ouvindo uma boa música: numa manhã que estou sem fazer unhaehair, ainda coloca roupas de cama e tb banho na maq e comida no fogo. Arrumo algo torto ou faltando parafuso, troco lampada, faco varal, usando tb durepox ou silicone para arrumar algo…faco lista de compras, troco móveis de lugar para limpar debaixo, entra energia nova. As 14hs termino, exausta. Tomo um banho, hidrato hair, cuido unhas pés e mãos. E a satisfacao e ver tudo SEM PÓ, cama limpa, etc… E pegar 180reais no balcão e colocar na minha bolsa e dia seguinte uso para abastecer geladeira e compras da semana (1 pessoa) tudo integral, nada industrializado. Se amar inclui amar a casa/apto tb não permitindo estranhos entrar para tirar sua paz e a energia boa do seu lar !

    1. Ei, Angela! Eu também gosto de separar a manhã de sábado e sair arrumando tudo de uma vez, pra depois relaxar com a sensação de dever cumprido. Também acho que é uma relação de amor com a gente mesmo não é? Pode ser cansativo, mas me faz muito bem!

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