Resolvendo aquelas pendências que ficam sempre para depois

Escrito por: Fernanda Marinho

Sabe aquelas pendências chatas que a gente sabe que tem que resolver, mas que acaba deixando para lá, porque não tem muito impacto imediato?

É uma conta no banco que não está sendo usada e deveria ser encerrada, um documento que venceu e precisa ser renovado, alguma coisa que estragou e precisa ser consertada, um objeto emprestado que deveria ser devolvido… Essas coisas…

E você sabe que uma hora vai ter que resolver aquilo, mas ainda não é uma urgência. Então a gente deixa a coisa no fundo da gaveta ou da mente, só lembrando que ela existe esporadicamente, quando trombamos com ela. Aí pensamos: “É mesmo! Tenho que resolver isso aqui…”, mas não fazemos nada a respeito. Podem acontecer duas coisas nesse cenário.

1. De repente, as pendências viram urgências

Aconteceu comigo de um belo dia receber uma cobrança de um banco, de uma conta salário que eu tinha aberto há anos, para uma empresa em que eu nem trabalhava mais, e que estava no negativo, gerando juros em cima de juros de dívida. Eu acabei não pagando, porque afinal de contas era uma conta salário, sem encargos; mas até conseguir exigir isso no banco, conseguir eliminar a dívida e fechar a conta… Foi uma novela.

Já aconteceu também de enrolar para renovar a carteira de motorista, porque eu não estava dirigindo. Aí consegui um trabalho que era longe, não tinha ônibus e ia precisar dirigir. Saí igual uma louca tentando marcar os exames com urgência, precisando pedir pra minha mãe me levar no trabalho por um tempo… Enfim… Uma trabalheira que poderia ter sido evitada.

Ou então uma mudança… Aquela hora em que se precisa tirar tudo do fundo das gavetas… Aí vai acabar tendo que decidir na hora o que fazer com aquele secador estragado… Empacotar e levar aquele livro emprestado que nem lembrava que estava contigo…

2. Nada acontece, e você fica pensando naquela pendência, para sempre, à toa

Pode ser que aquela tarefa nunca precise mesmo ser resolvida, e que não tenha nenhum impacto. Então eu não conserto aquele relógio estragado, e ele fica só no fundo da gaveta mesmo para sempre. Ou eu nunca renovo o documento, mas eu acabo não precisando mais dele.

Se for esse caso, acredito ainda mais que é um desperdício de tempo e preocupação ficar com aquilo no fundo da mente, mesmo que só apareça vez ou outra. Melhor então assumir que não vai fazer, ou que vai se e quando precisar, e tocar a vida, sem ficar com aquela sensação de que precisa resolver algo.

checklist de pendênciasEntão, para não cair em nenhuma das duas situações, gosto de me colocar desafios de resolver essas pendências eternas de tempos em tempos.

Agora mesmo acabei de fechar uma conta em um banco que nunca usei (por sorte, não tinha débitos) e de pedir antecipação de malha fina na receita federal (e já estou na fila para receber a restituição). Doei um tênis também que eu sempre me prometia que ia consertar, mas que nunca o fazia. E consertei um relógio.

Com esse desafio, consegui tirar quatro preocupações que de tempos em tempos apareciam na minha cabeça, e ainda aproveitar dos benefícios, como ter um relógio para usar, ter mais espaço livre no armário e receber a restituição do imposto de renda.

Então, se você também tem uma lista dessas pendências, coloque-se como desafio resolver algumas. Não precisa ser todas. A sensação de alívio compensa demais. Sem contar os benefícios que já citei, a energia mental que poupamos não tendo que preocupar com aquilo nunca mais e o fato de estarmos evitando um incêndio a ser apagado no futuro. Depois me contem!

 

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16 Comentários

  1. Simplicidade e Harmonia disse:

    Fernanda,

    Excelente post. 🙂
    Quando acumuladas, essas pequenas pendências se tornam uma bola de neve. Eu procuro fazer organizações periódicas nesse sentido, para que as coisas não saiam do controle.

    Abraços,
    Simplicidade e Harmonia

    1. Que bom que gostou 🙂
      Realmente… Tem esse efeito de bola de neve também. Obrigada por lembrar!
      Também faço isso de tempos em tempos. Costumo escolher fim de ano para isso, ou aqueles momentos que surge uma urgência e eu percebo que deveria resolver as outras pendências. Hehe…
      Abraço!

  2. Esk disse:

    Em geral, tento resolver essas pendências logo justamente pra evitar que virem urgências… mas estou vivendo um drama do segundo tipo com um par de tênis D: Um dos pés descosturou um pouco na parte de cima, na ponta, e eu não me decido sobre o que fazer. Pensei em levar pra arrumar, mas como já tenho um novo par de tênis, acabo ficando com preguiça. Pensei em doar, mas por causa do rasgado fico achando que é sacanagem doar nesse estado. Pensei em jogar fora, mas tirando esse probleminha ele está em boas condições… Resumindo, está parado aqui há 5 meses… D:
    Em todo caso, concordo com tudo 🙂

    1. Olá! Realmente o melhor dos mundos é resolver as pendências assim que elas surgem, mas nem sempre a gente consegue priorizar. O problema é que a gente tende então a deixar a pendência pra sempre no fim da fila. Aí corremos o risco. Sobre doar com o rasgo, eu fiz o seguinte: doei para uma pessoa que eu conheço, avisando do rasgo e perguntando se a pessoa queria mesmo assim. Ela falou que sim, que ia consertar e usar. Se você tiver alguém para doar com quem tenha intimidade, pode superar essa situação. 🙂

      1. Esk disse:

        Putz, pior que não conheço ninguém assim que esteja a fim, mas você me deu uma ideia… vou verificar nas instituições que recebem doações aqui se eles consertam esse tipo de coisa se for doada… Obrigada 🙂

        1. Boa ideia, Esk! Imagina… Boa sorte 😉

  3. Leila disse:

    Resolvi uma pendência bem antiga sábado agora, motivada por esse post. Obrigada mesmo!

    1. Que ótimo, Leila! Fico muito feliz mesmo por ter ajudado! Muito obrigada por me contar 🙂

  4. Renata disse:

    Aquele recado que eu estava precisando. O que mais faço e deixar essas pendências para depois e depois. Por fim só me gera cansaço mental e me sinto frustrada e com a sensação de ter várias coisas para fazer. Vou começar tentando acabar com algumas! Muito obrigada.

    1. Exatamente, Renata. Nossa tendência é essa mesmo… Por isso é importante dar uma limpada nelas vez ou outra, para liberar a mente e a energia para outras coisas. Começa e me conta! Boa sorte 😉

  5. Anne Carvalho disse:

    Nossa, eu sou campeã em deixar coisas acumularem e ficar adiando, adiando e adiando a resolução. Desde coisas pequenas, como trocar uma lâmpada queimada na cozinha, até coisas grandes, como finalizar meu mestrado. E isso me causa muita angústia… 🙁

    Atualmente a maior pendência que tenho é em relação ao meu mestrado. Terminei e colei grau há 5 anos, mas pra receber o diploma preciso publicar um artigo em uma revista específica (normas internas da instituição). Já esbocei algumas vezes artigos, mandei pros orientadores, e quando acho que estou quase terminando, um deles me manda mudar algo mais, e aí em vez de fazer logo, fico enrolando e enrolando… Só em pensar nesse assunto, me dá um arrepio e sentimento muito ruim. E tenho até vergonha de comentar com as pessoas que até hoje, 5 anos depois, ainda não finalizei de uma vez por todas isso…
    Vou tentar criar uma coragem extra e ver se resolvo essa pendência que está me atormentando nos próximos 2 meses (antes do meu bebê nascer).

    1. Boa ideia, Anne! Aproveita este momento para finalizar isso. O sentimento de alívio vai ser maravilhoso. Lembro como me senti quando terminei a especialização. Nem imagino como deve ser terminar um mestrado…. Mágico! Boa sorte! Foca nisso e depois você pensa nas outras coisas pequenas. Para facilitar, você pode tentar quebrar essa tarefa do artigo em outras menores. Como, por exemplo, cada correção que o orientador pediu, revisão, enviar… Assim não dá aquele desespero e você vai se motivando ao terminar cada etapa.

  6. Anne Carvalho disse:

    Outra pendência que tenho é com relação aos meus cadernos da graduação. Durante a faculdade eu copiava todas as aulas em um único caderno, desordenadamente. Daí depois passava a limpo, de forma a reestudar e fixar a matéria. Acontece que com a loucura do final dos semestres, eu nunca conseguia passar tudo a limpo. Então desde que me formei (vai fazer 10 anos em dezembro), mantive os cadernos rascunhos e os pedaços dos cadernos passados a limpo, sempre com a promessa que iria terminar esse serviço. Isso não é algo que tira meu sono (como o mestrado), mas a cada mudança que faço, me incomoda ver aquele monte de cadernos desorganizados ocupando um espaço considerável…
    Nessa minha ultima mudança (há quase 2 meses) quase tomei coragem e joguei tudo no lixo (não precisei deles até hoje, 10 anos depois de me formar… Será que vou usar algum dia?), mas em cima da hora me deu uma pena e perdi a coragem… Estou agora com a ideia de terminar de passar a limpo, escanear e depois ficar só com as versões organizadas digitais, e me livrar da tralha física. Mas vou me dar um prazo pra isso: Se até o final da minha licença maternidade eu não tiver finalizado isso, vai tudo pro lixo do jeito que estiver.

    1. Eu também era dessas que anotava para fixar a matéria. Mas para que você vai fazer isso atualmente? Pode ser legal relembrar e ter a sensação de ter concluído algo. Mas realmente parece uma tarefa meio sem utilidade. Se você não precisou até hoje, mesmo tendo feito um mestrado inteiro, o que poderia te fazer precisar algum dia? E o que teria nesses cadernos que você não pode encontrar em um livro, se precisar? Além disso, o conhecimento evolui o tempo todo. Não sei qual a sua área, mas tem uma grande chance daquelas anotações estarem obsoletas ou incompletas. Uns anos atrás, fui arrumar o armário da minha mãe pra ela, e tinham milhões de cadernos da graduação de pedagogia dela. Não só ela nunca usou, como grande parte do conhecimento e dos autores que estavam lá já foram superados ou pelo menos evoluíram. Quem sou eu para falar o que você deve fazer… Só compartilhando o que eu aprendi até mais com essa situação da minha mãe do que a minha (porque eu já joguei tudo meu fora há um tempão). Hehe… E sua licença maternidade pode ser melhor aproveitada de outras formas, não? 😉

  7. Anne Carvalho disse:

    Hummm… Verdade!!
    Minha área é engenharia elétrica. Apesar de estar dentro de “ciência e tecnologia”, tem coisas que não mudam…
    Mas acho que você tem razão… Não usei e dificilmente usarei de novo. É mais por pena do que por qualquer outro motivo. Não gosto do sentimento de “desistir” de algo pela metade, mas acho que será um grande alívio jogar tudo fora, liberar o espaço físico, e principalmente o espaço mental que isso ocupa. Vou tentar ir criando coragem… hehehe

    1. Boa sorte, Anne! Entendo seu sentimento porque também tenho esse impulso de querer concluir as coisas. É um grande desafio para mim também desapegar. Parece um fracasso. Mas é meio que o contrário quando a gente vence esse sentimento e consegue analisar racionalmente. Porque… Pensa… Tempo é um recurso limitado e dos que menos temos disponível hoje em dia. Cada minuto que você gastar copiando cadernos que não vai usar, você poderia por exemplo estar curtinho seu bebê. São sempre escolhas… Mas falo isso racionalmente. Porque te entendo perfeitamente. Hehe…

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