Desapegos aleatórios

Escrito por: Fernanda Marinho
desapego das chaves

Depois de muitos anos fazendo momentos de desapego, em que eu juntava sacolas e sacolas para doação ou para o lixo, entrei em uma rotina com menos momentos grandiosos.

Se bobear, esta fase que entrei há algum tempo é até mais desafiante, porque não tenho tanta tralha inútil ou velha guardada mais. Tudo que seria mais óbvio de ser jogado fora ou doado, já foi. Por outro lado, fiquei mais criteriosa no que eu compro, sem cair em armadilhas como comprar bobagens na promoção ou pegar brindes inúteis.

Além disso, não tenho mais aquela sensação recompensadora de doar uma sacolona de roupas, ou jogar uma caixa lotada de papéis velhos fora. E fica até trabalhoso doar coisas picadas.

Então, depois de algumas tentativas fracassadas de repetir os momentos anteriores, aceitei que entrei em outra frase e comecei a prestar atenção nas coisas que eu tenho enquanto abro as gavetas para pegar algo ou quando faço faxina.

desapego do bonequinho do Tommy, dos Rugrats

Desapego aleatório 1

Então teve um dia que meu bloquinho de papel acabou, fui pegar outro na gaveta e achei umas chaves que não lembro de onde são. Fiquei uma semana com elas em cima da mesa, testando em tudo quanto é fechadura possível, tentando lembrar de onde eram, e não consegui. Eu acho que talvez ela fossem da minha sala em uma empresa em que trabalhei. Enfim… Joguei as três fora.

Desapego aleatório 2

Outro dia eu estava fazendo faxina na sala e me irritei com o tanto de objetos que tinha que tirar de uma prateleira pra tirar a poeira, e acabei escolhendo então jogar fora um bonequinho que eu guardava desde a adolescência do Tommy, dos Rugrats.

Eu adorava esse bonequinho, e agora olhando a foto eu fico pensando se exagerei.

desapego das medalhas

Desapego aleatório 3

Em outro dia de limpeza, eu percebi que minhas medalhas de corrida estavam meio empoeiradas e fiquei com preguiça de tirar poeira delas.

Além disso, fiquei pensando que elas são totalmente inúteis. E nem representam tanta coisa assim.

Foram duas corridas de rua dessas pagas que eu corri, mas depois achei meio bobeira pagar por algo que eu fazia sozinha muito bem. Então nunca mais participei de corridas pagas.

E joguei as medalhas fora, sem arrependimentos.

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8 Comentários

  1. Ivana disse:

    Olá Fernanda! Me identifiquei bastante com o seu post. Também deixei de ter faxineira em casa, então eu e o maridão encaramos tudo sozinhos. Então é fato: tem alguns objetos que eu fico refletindo se valem a trabalheira de limpar – encher de poeira – limpar de novo. E já me desfiz de muita coisa que não valia a trabalheira… rs Olhando o seu Tommy, só me arrependi de não ter tirado foto de algumas coisas antes de me desfazer. Pensei agora e vou criar um álbum digital dos descartes, assim eles permanecerão comigo como uma lembrança visual.

    1. Ei, Ivana! Eu acabo tirando fotos para colocar aqui no blog, e nem tinha parado pra pensar que funcionam como uma lembrança também, mas tem toda razão. Adorei a ideia. E realmente a trabalheira de limpar é um incentivo, não é? Abraço!

  2. Anne Carvalho disse:

    Fiquei com um pouco de pena em jogar o Tommy fora também… Achei ele bem simpático… hehehehe
    Até porque, você chegou a tentar vendê-lo? descobri há pouco tempo que esses brinquedinhos colecionáveis são vendidos por preços relativamente altos no ML…
    Descobri porque meu filho ganhou da minha irmã um carrinho branco dos Velozes e Furiosos que vem de brinde no mclanche. É um carrinho pequeno de plástico, mas ele simplesmente AMOU. Ele não desgruda mais desse carro, a ponto de um dia ele deixar o carrinho esquecido na creche e não parar de chorar – tive que ir lá no final da tarde buscar. Pensamos então em comprar outro igual para deixar de reserva, caso algum dia ele perca essa, e, ao buscar no mercado livre, encontramos por 50 reais!! O lanche com o brinquedo é mais barato que isso, mas como o brinquedo já “saiu de linha”, agora é vendido por esse valor (claro que não compramos – vamos torcer pra ele não perder nunca, ou mudar o amor por outro brinquedo). Aí por curiosidade comecei a olhar o valor desses brinquedinhos colecionáveis que vem como brinde em comidas, e quanto mais antigos, mais caros são. Algumas coleções antigas do mcdonalds chegam a custar 300 reais por brinquedo, ou mais…
    Pensei até em começar a colecionar esses brinquedinhos pra vender futuramente, mas como tem que comprar o lanche junto e não queremos comprar comidas fruto de exploração animal, desisti da idéia.
    Hoje já não tenho mais nenhum em casa, mas provavelmente já joguei muitos fora também, quando morava na casa dos meus pais (de kinder ovo, sucrilho, etc…). A partir de agora fico sempre atenta.

    1. Ai, Anne… Nem me fala… Eu fiquei um tempão ensaiando jogar fora, até criar coragem. E eu não fazia ideia desse mercado! Estou até com medo de olhar e descobrir que joguei fora uma mina de dinheiro. Hehehe… Acho que não sobrou nada aqui em casa do tipo, mas meus irmãos têm uns cavaleiros do zodíaco na casa deles. Vou dar essa ideia pra eles. Obrigada pela dica.

  3. Anne Carvalho disse:

    Eu também tenho algumas medalhas, e vira e mexe penso em jogar fora… Uma vez quase joguei, mas meu marido me convenceu a guardá-las novamente…
    No caso, não são medalhas só de participação; são medalhas de classificação, da época que eu era atleta de tiro. Já fui atleta federada de tiro esportivo, e já participei até mesmo de competição internacional representando o Brasil. Mas depois de um tempo comecei a ver que a federação de tiro esportivo tinha uma proximidade muito grande com a federação de caça esportiva (eu abomino caça), e também que as pessoas no esporte em geral defendiam idéias muito contrárias às minhas (como armamento da população, etc) então resolvi largar esse esporte – por esses e outros motivos também.
    Aí agora me restam as medalhas, que mesmo sendo medalhas que refletem horas de treinamento e esforço, ainda assim não passam de objetos que só ocupam espaço na minha casa e não servem absolutamente pra nada…

    1. Que legal, Anne! Realmente é uma lembrança que tem mais significado do que as minhas. Hehe… Quem sabe você não tira uma foto para guardar, como a Ivana sugeriu acima, ou jogue algumas menos importantes fora e vê como se sente? Só jogando algumas ideias. Aliás, parabéns pelas vitórias! E parabéns pela coragem também de manter suas convicções e não compactuar com ideais que iam contra os seus. Obrigada por compartilhar mais uma parte de sua vida comigo por aqui 🙂

  4. Thais disse:

    Que prazer encontrar seu blog! Fazia tempo que estava procurando blogs atualizados que fossem do meu interesse! Boa semana ❤

    1. Ei, Thais! Ai… Que bom que você me encontrou 🙂
      O costume de escrever e ler blogs foi diminuindo tanto com o tempo que fui até escrevendo menos. Ler seu comentário agora me incentivou a continuar. Muito obrigada e boa semana pra você também <3

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